Djanira Silva 26 de junho de 2008

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Caem no chão as folhas amareladas.
Passamos, ao ler, as folhas de um livro. O tempo passa, uma a uma, as folhas da vida, estas folhas amareladas da nossa existência. Aquelas que caem ao chão, vindas das árvores que as alimentou, cumprem um destino. Viveram, enfeitaram, alimentaram, foram alimentadas, mais tarde serão devolvidas à terra para novamente voltarem como flor, folha ou fruto, enfim, como parte vital da natureza de onde vêm e para onde terão sempre que voltar.
As folhas de um livro também são passadas, lidas, absorvidas, aproveitados os seus ensinamentos, ou mesmo vistas superficialmente. Possuindo forma, conteúdo estilo e arte, encontram, geralmente, um elo de sentimento a sentimento. Terão sempre vida no tempo.
As folhas da vida, episódios que se desenrolam no dia-a-dia de cada um, representam, na verdade, as folhas do tempo.
Cada ser possui, escrito ou não, um livro onde estão marcados todos os acontecimentos alegres ou triste mas que deixam impressas suas marcas nas folhas da alma.
As folhas do tempo somos nós mesmos que ao passar deixamos nossas pegadas pelos caminhos trilhados. Um dia, estas páginas serão viradas. Muitas recordações hão de conter, desenhadas em cores, ou em preto e branco.
Como os dias que se esvaem em nossas vidas, assim também elas passarão. Mas, daquilo que somos ou fomos, há de ficar por onde quer que passemos, um pouco de nós e este pouco há de ser vida novamente.
Como as folhas, um dia também cairemos. Ao pó haveremos de tornar. Mas este pó não há de ter ser sido um nada, ou como tal permanecer.
Em cada árvore que florescer no mundo existirá sempre a seiva daqueles que à natureza voltam. A terra consome depois devolve novamente à vida.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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