Edilberto Sena 21 de junho de 2008


Comentário/ editorial  no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM)
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O dia 24 de junho, festa de São João vem chegando silenciosamente, desta vez como uma cobra venenosa para as populações do Oeste do Pará e parte do estado Amazonas. Embora a notícia hoje diga que a população tem expectativa sobre esse dia, há uma duvida, se as populações rurais e urbanas dos 18 municípios do Oeste do Pará já se deram conta da mudança da rotina de vida e os possíveis transtornos que virão após o dia 24 de junho.

É que, a partir da meia noite daquele dia, por obra e graça dos deputados federais, senadores e presidente da república, a partir da meia noite, já será uma hora da madrugada nesta região e mais 27 municípios do Estado do Amazonas. E também, quem costuma acordar às 4 horas da manhã, daquele dia em diante já serão 5 horas da manhã.

À primeira vista não é grande coisa. É só adiantar os ponteiros do relógio, em poucos dias se acostuma com o relógio biológico. Pela manhã vai trabalhar mais cedo, a hora do almoço será mais cedo para o relógio do estômago. Tudo parece coisa simples e em poucos dias o novo horário se torna normal. Assim como parece normal a subida dos preços do feijão, da carne e de outros produtos, assim como parece normal que os políticos corruptos continuem soltos e se candidatando a novos cargos, assim como parece normal o mal atendimento no INSS e nos hospitais públicos e por aí vai a lista das aparentes normalidades. Alguns relamam, outros ficam indignados, mas a vida continua sua rotina.

Isto é, o que tem de grave anormalidade nesta mudança de fuso horário na Amazônia? É que se aprendeu que democracia é o tipo do governo do povo, pelo povo e para o povo. Então, que povo pediu para mudar o ritmo de vida com o novo horário? Quando os representantes chegaram a consultar os povos da Amazônia para saber se queriam a mudança de fuso horário? A quem mesmo interessa essa mudança de horário?

Aqui está o crime das autoridades representativas do país. Assim como fazem com o fuso horário, fazem também com a assistência à saúde, à educação, com a construção de hidrelétricas e outras responsabilidades.

O crime maior, no caso da mudança do fuso horário é as autoridades não respeitarem a população e decidirem as coisas para atender interesses particulares de canais de TV, aos grandes empresários e aos estrangeiros. Até quando?

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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