“O MONTE FORMOSO” é um artigo lindo, poético, que deve ter encantado seus leitores de Coimbra, por retratar tão fielmente os lugares, dando a cada um a sua importância no contexto histórico da cidade. É uma página de poesia dedicada à sua cidade. Sempre gostei das pessoas que amam suas raízes e não as cortam para aderirem à modernidade, que muitas vezes só serve para mutilar a beleza natural dos lugares consagrados pela idade ou pelo valor histórico. Que Coimbra continue bela, romântica e cultural, como tem sido sua vocação, desde os primórdios de Portugal.
Sobre “O ESTADO DO ENSINO”, seu artigo retrata um problema que não é só de Portugal, delineando, de forma lúcida e fiel, as verdadeira causas subjacentes e atuais, que fizeram o problema eclodir, ajudadas por uma política equivocada em relação ao ensino e aos que exercem a função de ensinar, situação que se reflete nos alunos, causando-lhes desinteresse, desmotivação e em conseqüência fazendo-os descambar para a violência.
Aqui no Brasil a situação não é diferente, com o agravante da indisciplina e desrespeito aos professores que são, além do reflexo da violência exacerbada que vai recair na escola, também, o resultado de uma lei em que não se pode castigar os alunos. Há, aqui no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente, lei federal que existe há mais de 20 anos, criada para regulamentar a proteção do menor contra o arbítrio da sociedade, da família e da escola, garantindo à criança e ao adolescente, entre outros, o direito à alimentação, à educação, à saúde, à moradia etc. Todavia, em face da má aplicação, bem como da interpretação irrestrita das normas do ECA, o que gerou daí foi, indisciplina sem freios e impunidade, para os menores de 18 anos, contemplados no Estatuto. Isso contribuiu para que os traficantes de drogas começassem a utilizar menores em seus métodos de disseminação e tráfico, vez que os menores não seriam punidos nem julgados por esses crimes, servindo de escudo para o tráfico de drogas.
Em função dessa impunidade, atualmente, há uma onda de indignação na sociedade, que descambou em um movimento para diminuir a idade penal, a fim de se poder enquadrar adolescentes na lei penal, antes dos 18 anos.
Obs: O texto – O Estado do Ensino – foi postado no dia 12.04.2008 neste blog.