Saulo Marden 3 de maio de 2008


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“O homem argumenta, a natureza age.”
(Voltaire)

O homem e a natureza regem-se por intempéries. No entanto, muitas vezes deixa de ser pró-ativo e se torna negligente em suas atitudes para não se envolver ou não ser atingido.

Em uma das minhas viagens pelo Agreste, observei na estrada uma árvore: esbelta, galhos poucos frondosos, folhas verdes e pequenas. Solitária, reinava entre a vegetação rasteira.

Quantas pessoas também por ali passaram e a observaram desejando sentarem-se à sua sombra para desfrutarem da paisagem viva da natureza e depois ficarem em silêncio a comungar encontrando na melodia dos pássaros o conforto para suas almas alma.

No ano seguinte o inverno atrasou, e ao passar pelo mesmo local, notei as folhas amareladas. Caiam uma a uma. O frondoso tronco sem alternativa, expunha os galhos desnudos à violência do sol, que os deixavam cinzentos, secos, rachados: feridas abertas. Aquela triste imagem trouxe-me angústia, liberou meu desabafo: será que alguém já tomou providências para salvar aquela árvore? Se continuar sem água não irá sobreviver. No momento nada posso fazer, tenho um compromisso inadiável, no entanto, prometo que voltarei por esta mesma estrada.

Meses depois alterei o percurso da volta. Queria passar por aquele local, queria vê-la de novo. E para minha surpresa, tudo estava mudado. A natureza tomara as providências: trouxe a terra de enxurrada, adubou as raízes. Galhos e folhas em renovação, frutos em crescimento. Um novo ciclo se iniciara. Desta vez rejuvenescida, encontrava-se pronta para receber em sua sombra, todos aqueles que quisessem desfrutar da sua companhia.

Obs: Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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