resomar 22 de maio de 2008

A madrugada se retira…
Enlouquecida tento reverter passos…
Confrontos não foram acolhidos…
Um pássaro esquecido pousa na vidraça da minh’alma…
Cacos de vidro sangram e assustam o gorjeio iniciado…
Intuições se revelam, sonhos impregnados de paixão…
Momentos inexplicáveis explodem astutamente e buscam atalhos dedilhados em nostalgia…
Anoitece e nos perdemos…
Há pressa de nos (re)encontrarmos…
As cicatrizes escorrem em uma espera enigmática…
Toco o teu olhar inflamado ao contemplar tua imagem empoeirada…
Estrelas soluçam e enxugam incontroláveis lágrimas…

Quero o amor (re)vestido de tuas essências…
Canto a dor de uma saudade infinita em sombras atravessadas…
Custa-me acreditar em teu regresso…
Custa-me imaginar-te em escuta aberta…
Percebi o tempo fechado e relembrei os acenos recheados de indiferença…
Meu grito brotou como semente em uma magia de ilusões…
No espelho das nuvens tuas mãos se debatem em desafios inomináveis…
O esquecimento de ti mesmo se prolonga em traços impenetráveis…
Tua ternura em lamento perdido adormece em um amargo beijo…
Meus lábios estremecem ao constatar que tudo é igual e fugaz…
Só restam aprendizagens e um jeito próprio de ser…

11.09.2005 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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