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Neste quase amanhecer,
Não é uma estrela que procura,
No seu vagar insone,
Entre flores de cores indistintas,
Mas, lembranças,
Sobretudo lembranças.

Ali, onde era o Wonder-Bar,
O bêbado soluçante remoendo afetos,
Dores que foram pisadas,
Nas pedras sonolentas da Rua Chile,
Nos fastos de sua cidade.

Procura uma mulher fantasma
Levada em algum navio de obscuro nome
Ou talvez, quem sabe, quase bêbada
Em algum gigante batelão,
Quase despida de sonhos e de nojo.

Vaga a esmo a sua dor
A chorar na lâmina dágua.
Sob luminárias aflitas
Do velho Cais Tavares de Lira,
Antigas e promíscuas recordações.

Além, uma estrela iluminada
Refletindo bêbadas orgias
Na fétida doçura da carne
Do velho e encardido mercado
Pouso noturno de mendigos e de cães.

Vê a fauna humana que se agita
Numa festa de berloques e desejos
Em crepusculares e antigas tardes
Na velha e frívola Dr. Barata,
ao compasso de músicas nostálgicas.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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