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Aconteceu nos idos de 70, na Praia do Flamengo.
A reunião como sempre, acabara tarde. Eram quase onze horas da noite e era escuro o único caminho até o estacionamento onde deixara o carro. Estava frio. Cecília fechou o casaco, andando contra o vento, sem olhar para os lados. Com a cabeça ainda ruminando as tarefas propostas pela equipe, acelerou o passo. Ainda bem que aquele casaco tinha um capuz e protegia bem nessas noites de junho, pensou…
De repente, uma voz alta e nervosa, bem perto do ouvido: -“Vamos, moça, a bolsa ou a vida!!”
O coração de Cecília deu um tranco. E agora, meu Deus? Ali, sozinha! Mas a idéia veio de imediato:-“Meu filho, é melhor você levar a bolsa… A vida, já não a tenho há mais de 300 anos…” Isso, dito em voz pausada e cavernosa …
O ladrão não conteve um grito e saiu correndo, desabaladamente.
Obs: Imagem enviada pela autora.