No palco mundial onde é encenado o drama político e social da humanidade, constatou-se ultimamente a ausência de um destacado ator, com certeza, o protagonista do espetáculo.
Trata-se da inesperada, ou melhor, esperada renúncia de uma das personalidades dominantes do século XX. Em Cuca e no mundo, o tão conhecido político Fidel Castro. Ele sacrificou seu cargo de presidente, afastado do mesmo, desde 27 de julho de 2006, por motivo de saúde e substituído por seu irmão Raul Castro, ficando este depois, como titular efetivo.
A notícia do inusitado acontecimento grassou todo o Planeta, sendo destacado expressivamente pela imprensa internacional.
O “Comandante”, título que lhe foi sempre atribuído, demonstrou durante quase meio século de poder e fama, um sentimento guerreiro e arrojado, concretizado por temidas e perigosas façanhas, como dominar a Revolução Cubana, sendo o seu último sobrevivente e que culminou com a derrota do ditador Fulgêncio Batista e autorização para milhares de assassinatos.
O “Todo-Poderoso Cubano”era paradoxalmente temido e perseguido, amado e odiado, mito e fantasma, enfrentando planos de 638 assassinatos e vários inimigos, salientando-se os prepotentes Estados Unidos.
Muitos de seus compatriotas se entristeceram com a “histórica renúncia”, outros, a festejaram com cartazes e bandeiras na Flórida e em Miami. Alguns até, torcem pela morte do terrível ditador.
Enfim, o que sempre representou e representa Fidel para a vida dos cubanos?
Julgar é da competência divina, mas acreditamos que naquele emaranhado de pensamentos, intenções, propósitos, idéias e também “sede de poder” minava no mais íntimo recôndito daquele ávido e retraído Chefe, um vislumbre de amor pelos seus concidadãos. Pois, o padrão educacional e de saúde usufruído pelos moradores da “famosa ilha”, supera a média da América Latina e de países mais pobres.
Entretanto, a liberdade, o mais nobre e digno privilégio humano não é vivenciado pelos cubanos.
De qualquer maneira, alguns sentem-se felizes em sua Terra, outros são revoltados e procuram abandoná-la até pela fuga.
Qual o futuro de Cuba? Quais as mudanças que virão? Só o tempo responderá.
O lendário e poderoso “mentor”, certamente continuará na tarefa intelectual de reger o destino da Terra que ele sempre dominou.
Será que Fidel sente-se tranqüilo, considerando que colheu o que plantou?
Façamos uma despretensiosa reflexão sobre a queda do poder de Fidel.
Os pecados, faltas, erros e virtudes dos homens são colocados na balança onipotente para aferição divina.
A doença, as contingências etárias, a dor da perda do domínio redimem-lhe o coração e a alma e o conscientizam de que tudo na vida é transitório e efêmero.
A eternização do poder é utopia e finitude.
Perene, somente a misericórdia e o poder de Deus em Prol da humanidade.
Os homens deveriam estar preparados para as subidas e descidas, sucessos e fracassos e convencerem-se de que tudo é relativo.
Concluindo: “A ÚNICA COISA ABSOLUTA NESTE MUNDO É QUE TUDO É RELATIVO”.
*Autora de Retalhos de Coração