Título internacional: Suely in the Sky
Título nos EUA: Love for Sale
Origem: Brasil, 2006
Cotação: 4.0 / 5.0

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Os três filmes brasileiros indicados ao Oscar este ano foram: ‘Céu de Suely’, ‘Tropa de Elite’ e ‘O ano que meus pais saíram de férias’, sendo que este último foi o escolhido. Cada um tem méritos próprios, vou comentar todos os três, mas começo com o meu predileto que é este pequeno diamante chamando Suely.

Em matéria de cinema latino-americano, continuo achando que os argentinos estão bem mais avançados do que nós. Ganhamos em quantidade, perdemos em qualidade. E o motivo (na minha opinião de leigo) é que o cinema nacional demora a explorar o próprio potencial interno nos roteiros. Exemplo: só agora, com Tropa de Elite, a gente tem um filme policial decente. Isto num país com o índice de violência e insegurança pública do nosso.

O Céu de Suely é outro exemplo. O filme é rodado no interior do Ceará, por sinal, de onde veio o diretor Karim Ainouz. Não há como descrever a poesia que é ver aquela terra de ninguém, exatamente igual em todos os interiores e sertões brasileiros, aqueles pequenos municípios isolados, pessoas sem expectativa, vivendo aquela vida sempre igual nos rincões do Brasil. Mas, isto, sem apelar para dramas baratos ou clichês tão comuns em filmes que tentam passar uma pseudo-consciência social. O Céu de Suely não tem nada disso, muito pelo contrário.

A premissa é bem simples. Do site oficial: conta a história de Hermila, uma jovem que volta de São Paulo com seu filho recém-nascido para a casa da família, no interior do Ceará. Ela espera a chegada do marido que deve reencontrá-la. Mas ele nunca chega. Sozinha, Hermila tenta reeinventar a sua vida, mas continua com o sonho de ir embora para o lugar mais longe possível