: os frutos da sociedade pós-moderna.

“De maneira que o anormal virou normal e o normal virou o anormal. De maneira que tudo o que importa ser, ter ou fazer é relativo”.

Vivemos sob a égide de uma sociedade, onde os valores – sejam eles, individuais ou sociais – cada vez mais, trazem em si o resultado da deturpação moral pela qual a humanidade tem passado nas últimas décadas. Temos vivido uma completa inversão de valores, de tal modo que não sabemos mais quais as balizas que o comportamento humano deve ou precisa ter num contexto social.

Não temos mais modelos ou padrões. Tudo é relativizado, como se o ser relativo fosse a panacéia do viver em sociedade. Não temos mais referenciais. Não sabemos mais distinguir entre o certo e o errado, entre o belo e o feio, entre a verdade e a mentira, entre o falso e o verdadeiro, entre o honesto e o desonesto, entre o bem e o mal, entre o corrupto e o incorruptível. E pior que tudo isso: tentar estabelecer um padrão de comportamento, onde balizas, como essas, sejam bem fincadas – como fizeram nossos bisavós, avós e, alguns, pais (digo alguns, porque muitos, já impregnados pelos valores da pós-modernidade, esqueçeram o bom caminho em que andaram e a boa prática das primeiras obras) – é ser um ser humano “démodé”, “oldfashioned”, retrógrado, ultrapassado, preconceituoso (como se queira denominar). Porque, como dizem os que assim pensam, agem e falam: “tudo é relativo”, “tudo depende do ponto de vista”, “o que para você é certo, para mim pode não ser”, como se o ser humano, individualmente, fosse a medida de todas as coisas. E, aliás, foi, exatamente, porque o ser humano se colocou como a medida de todas as coisas que chegamos ao atual estágio social: a pós-modernidade.

Não queremos avançar no tema, porque vamos fazê-lo a partir da próxima semana, numa nova série de artigos para este veículo de comunicação. Mas, preliminarmente, já podemos dizer que: se vivemos essa crise de valores, essa crise de paradigmas, onde o relativismo cultural nos esmaga, onde o egocentrismo é a mola mestra e propulsora das nossas ações individuais e sociais, onde importa viver a vida, tão-somente, como ser individual, onde o que vale é apenas o prazer pelo prazer – o hedonismo – é porque o ser humano fincou as suas balizas no lugar errado, qual seja: em si mesmo. O homem não é, em si mesmo, a medida de todas as coisas. Esse tem sido o grande erro da humanidade. E os frutos dessa visão equivocada da existência do ser humano, enquanto ser individual e social estão aí nas esquinas, nas cidades, nas televisões, nas instituições, onde quer que exista um agrupamento de pessoas.

Da força do ser humano, nasceu a sua fraqueza. O “em si mesmo” tornou o ser humano um “dependente”, um ser sem expectativa, sem ideal, sem propósito eterno, porque o que vale é o “carpe diem” e a satisfação diária dos “meus interesses pessoais”, custe o que custar. E quando eu satisfaço os interesses que estão no meu coração eu vou em busca de outros interesses. E assim a vida passa, sem propósito existencial nenhum. A sociedade pós-moderna enlaçou o ser humano na sua própria fraqueza, no seu próprio egoísmo, no seu próprio hedonismo. E o resultado de tudo isso é a deturpação moral em que vivemos, a letargia social na qual nos encontramos e o individualismo exacerbado que cultivamos e ensinamos aos nossos filhos.
Mais ainda: como conseqüência desse agravo moral e dessa falta de balizas, de modelos, de padrões de conduta, desse relativismo comportamental, de modo que não conseguimos mais identificar o que é o bem e o que é o mal, o que temos é o aumento indiscriminado das mazelas do comportamento humano.

Felizmente, há, AINDA, os que não se renderam aos valores pagãos da pós-modernidade. Mais, especificamente, em algumas instituições e organizações sociais percebemos que, ainda, existem homens e mulheres preocupados com o futuro da humanidade, o bem-estar social e o bom comportamento humano.
Pensamos que é fulcrados nisso que as igrejas evangélicas e católicas em Sergipe têm se unido num movimento histórico em defesa dos valores da vida e da família, contra toda essa sorte de mazelas comportamentais que a mídia brasileira insiste em patrocinar diuturnamente (é só pensarmos nos exemplos da Rede Globo – e os seus “7 pecados capitais”, ou suas “duas caras” e da Rede Record que, em comerciais, incentiva o aborto), como sendo práticas normais e que edificam as pessoas.

Desse modo, estará sendo lançada em 26 de outubro, das 14 às 17 horas, no plenário da Assembléia Legislativa do Estado de Sergipe, a Jornada Nacional em defesa da Vida e da Família.
Tal Jornada é uma iniciativa da Frente Parlamentar Evangélica, composta por 44 Deputados Federais e 2 Senadores da República Federativa do Brasil, e percorrerá as capitais do Brasil, insurgindo-se contra os Projetos de Lei que tramitam no Congresso Nacional e que vão de encontro aos valores basilares da Vida e da Família.
Os temas abordados nessa Jornada nacional são, exatamente, alguns dos principais frutos comportamentais da sociedade pós-moderna, quais sejam: a pornografia, o infanticídio, a pedofilia, a prostituição, o homossexualismo e o aborto. Os preletores do evento serão: – PORNOGRAFIA: Profº Cláudio Rufino – Líder da Campanha Nacional de Combate a Pornografia, escritor com mais de 10 obras publicadas na área, Pr. da Assembléia de Deus do Rio de Janeiro – INFANTICÍDIO: Professora e Lingüística Márcia Suzuki, presidenta do Movimento ATINI – Voz Pela Vida, palestrante internacional do tema, (já esteve inclusive na ONU falando sobre o assunto), é também missionária da JOCUM (www.vozpelavida.blogspot.com) – HOMOSSEXUALISMO – Júlio Severo – Pesquisador e escritor, autor do livro “O Movimento Homossexual” (Editora Betânia) e de diversos artigos em sites, jornais e revistas do mundo inteiro. (www.juliosevero.blogspot.com) – PEDOFILIA – Dra. Rozangela Justino – psicóloga, pesquisadora e escritora com especialização em psicodrama e presidente da ABRACEH – Associação de Apoio ao Ser Humano e a Família (www.abraceh.org.br) – ABORTO – Dr. Paulo Fernando – Advogado e escritor, líder da Associação Nacional Pró-Vida e Pró – Família no Brasil, movimento ligado à Igreja Católica(www.providafamilia.org.br) – PROSTITUIÇÃO: Henrique Afonso – Deputado Federal, professor Universitário de filosofia e Pastor Presbiteriano no Estado do Acre.

A participação de Evangélicos e Católicos no debate de questões sérias como essas é de suma e vital importância para o futuro da nossa sociedade e nos demonstra que, felizmente, a letargia social em que estamos imersos ainda não atingiu a todos.
Tentando contribuir nesse sentido é que, da nossa parte, a partir da próxima semana, vamos tentar desconstruir os ideais e valores que fundamentam a chamada pós-modernidade, a era da cultura humana e social na qual estamos imersos.

(*)Advogado e Professor da UFS ([email protected])

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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