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Naquela praça a cena degradante mais uma vez se repetia:
um ser humano, travestido da sua realidade,
discriminado pela sua condição sexual.
O lugar do outro parecia ser o lugar de ninguém.
Ninguém queria olhar o mundo daquele lugar,
do ápice daquela humilhante cruz.
Cada passo é marcado pelo
desprezo,
afrontamento,
preconceito.
A palavra que identifica
é a mesma que estigmatiza, fere e mata.
Abre feridas na alma,
segrega na marginalidade,
silencia revoltas e rebeliões.
Ser ou deixar de ser
ainda não é a solução.
(27.03.2007 – Carpina PE)
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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