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Formada na contemplação bíblica, Paula elege a realidade do cotidiano como o lugar privilegiado de sua ação evangelizadora. O testemunho de quem a conheceu e o conteúdo de suas cartas apontam para uma mulher capaz de irradiar calor humano e simpatia. Tinha consciência que o Instituto que se consolidava não era obra sua, mas exclusivamente obra de Deus. O XVIII capítulo geral da congregação das Irmãs Dorotéias (Roma, 1997) apresenta Paula como: mulher capaz de relações autênticas, interiormente livre, forte como um rochedo, fonte de benção e mulher consagrada para uma vida de plenitude, inspirado nas heroínas de Israel (Débora, Ester e Judite) e na “mulher forte” descrita no livro de Provérbios, 31, 10-31. A mais bela intuição pedagógica de Paula é sem sombra de dúvida “educar pela via do coração e do amor”. Isto significa estimular nas pessoas, uma atitude interior de abertura e disponibilidade em vista de uma autêntica conversão na liberdade. Significa “Escancarar o coração” a fim de que o outro encontre aí, o próprio coração de Jesus. Na tradição doroteana, este estilo tornou-se uma estratégia pedagógica a ser alcançada. Espiritualidade herdada dos exercícios espirituais da Santo Inácio de Loyola, pode-se afirmar que Paula entendeu o “discernimento à vontade salvífica de Deus” como formação permanente à disponibilidade. Evangelizar para Ela, implicava na “superação da subserviência relativamente às leis e às convenções sociais de seu tempo”. “Salvar almas” para ela significa construir uma humanidade mais humana e humanizante. O XVIII Capítulo Geral das Irmãs Dorotéias, intuindo a pedagogia de Paula, afirma: “A descoberta da vontade de Deus, cuja vontade é que os homens tenham vida e vida em abundância, leva Paula a empenhar-se pela promoção da vida, a todos os níveis, disposta a sofrer as dores de uma maternidade libertadora”. Finalizando convém lembrar as últimas palavras do Capítulo Geral a propósito do diálogo com as culturas: “Ao longo da história da Congregação, partindo de Paula, nota-se o grande desejo de responder às exigências da realidade onde se está… Neste momento historio percebe-se sobretudo a urgência de deixar-nos marcar mais profundamente pela nossa identidade para ser – como Paula e com Ela – força transformadora no mundo de hoje.”

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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