Chegam os dias de momo.
Um momo cansado, stressado, prevenido.
De poucos risos, de olhar preocupado.

Ah, mais um carnaval…
O sentimento de medo povoa as ruas, as ladeiras.
A população brinca freada, temerosa.
A violência abafa o brilho da festa.

Mais um carnaval…
Confetes apagados, serpentinas desmaiadas
Músicas que já não soam alegria como antes.

Ah, carnaval, mais um carnaval…
Que vai e que vem num vaivém de corpos,
Num burburinho de falas e gritos.

Carnaval que mata, que anima
Carnaval que agita e que repousa
Carnaval que dói e dá saudades

Uma saudade e vontade de retorno
Pra uns
Um desejo de exclusão do calendário
Pra outros.