resomar 14 de fevereiro de 2008

Às vezes a tortura consome momentos…
Envelhecemos atônitos!
Mãos comprometidas, inertes!
A palavra furiosa pergunta…
O invasor insolente decreta a nostalgia…
Palcos iluminados aplaudem disfarçada marcha…
Bandeiras empoeiradas na falsidade de promessas insustentáveis…

Às vezes na calada da noite teus passos sinalizam sombras…
Melodias dedilham um instante passageiro…
Sonho enlouquecido devora a terra seca e sedenta de ternura…
A escuridão estremece na lentidão da respiração do pensamento…
Exausto na perplexidade do sentimento sufocado, apunhalas a sensatez do coração…

Às vezes a solidão soluça em linhas ocupadas…
O silêncio explode na urgência de novos atalhos…
Na esquina, a febre dos que atravessam a vida carregando destroços,
farrapos encardidos, desfigurados…
Alma cansada de ser real…

27.12.2004

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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