Mesa farta, árvore verde quilométrica em ramos, luzes, presentes, bolas e sabão. O patriarca observa a criançada que corre de um lado para o outro são trinta e três ao todo. A família rendeu. Entre filhos, genros, noras, netos e bisnetos. Deveriam ser mais, ele conta, reconta e observa… Falta o primogênito aquele que foi antes de ser. Falta a do meio não vingou. E o caçula? Por onde anda? Estava por aqui ano passado e sempre ao seu lado. O momento não é de fala… É de lembranças, alegrias e esperanças, só lhe resta observar.
Mesa falta, sem árvores, ramos, luzes, presentes, bolas e sabão. Um velho senta em um toco de árvore seca que descansa a sua porta. Nem imagina o porquê de tantos fogos naquela noite iluminada. Sem sementes vaga-lhe a fé, o estomago e os olhos. O momento não é de engano é de espera, só lhe resta desejar outra colheita, na tal morada eterna.
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Bauru/SP