São Francisco de Assis disse um dia: “Se eu encontrasse no meu caminho um anjo e um padre, saudaria primeiro o padre”.
Tamanha dignidade!…
Parodiando o santo Irmão da pobreza, atrevo-me a afirmar: Se eu encontrasse no meu caminho, um anjo e um professor, cumprimentaria primeiro o professor.
Pois, o anjo é detentor de dons gratuitos e a sua ação e impulsionada por forças divinas.
O professor é um contínuo e nobre imolar-se, é um extrapolar o “apenas” transmitir conhecimento, é o resultado de sacrifício e esforço pessoal para a aquisição de saber, cultura e desempenho à vocação espontaneamente abraçada. É chamamento divino atendido.
Ele transcende às limitações de qualquer outra atividade humana. Ultrapassa os atributos paternos de gerador biológico de filho e atinge o aperfeiçoamento do seu aluno, santificando-lhe a alma que é eterna.
Evoco aqui o grande rei Alexandre da Macedônia em relação ao seu mestre Aristóteles: devo muito ao meu pai porque me deu este corpo efêmero. Muito mais devo ao meu Mestre porque poliu minha alma, que é imortal.
Que incomparável exemplo de reconhecimento!… Deveria ser imitado por todos os alunos, pais e, sobretudo, pelos governantes.
Poucos discípulos cultuam o sublime sentimento da gratidão!…
Ensinar é arte dos nobres, dos sábios, dos santos. É arte divina. Jesus resumiu toda a sua vida de ENSINAR, pregando, orando, operando milagres, amando.
O grande Santo Agostinho humildemente chegou a concluir: “Eu não posso nunca ensinar”.
Entretanto, antepondo-se a esta afirmativa, o magistral educador recifense Paulo Freire garantiu: “Ninguém é tão grande que não tenha nada a aprender, nem tão pequeno que não tenha nada a ensinar”.
Embora o conhecido professor também recifense Jorge Cahu tenha assegurado certa vez: ” O magistério é uma profissão que não dá glória nem pão, o autêntico professor não se destimulou da sua sacrossanta missão de ensinar, formando mentes e corações”.
Realmente o árduo e penoso trabalho do Professor fica sempre na obscuridade e seu salário irrisório, injusto e em completa desarmonia com a magnitude de sua elevada tarefa.
Acrescendo a tudo isso a indisciplina dos alunos na escola e o desrespeito à pessoa do Mestre, motivados pela desconsideração ao princípio de autoridade dos nossos dias, aumentam as dificuldades e o sacrifício no desempenho profissional do professor.
Nós professores, pois fui agraciada com esta santa prerrogativa, somos apenas, instrumento entre o CRIADOR e o nosso discípulo e todo ensinamento e aprendizagem são obra do ALTO, portanto, o que transmitimos é uma semente que não nos pertence, e ainda menos, nos pertencem, os seus futuros.
O Professor deve ser verdadeiramente aquela figura emblemática de bondade, sabedoria e santidade.
Diante de tamanha exaltação à privilegiada pessoa do professor, elo maravilhoso entre o finito e o INFINITO, festejemos a sua bem escolhida DATA (15 DE OUTUBRO), a exemplo de uma harmoniosa sinfonia, cujos principais acordes serão o reconhecimento dos alunos, o fiel cumprimento do dever do Professor e sua perfeita conscientização de que a ARTE DE ENSINAR é a Delegação Divina e que UM SÓ É O MESTRE – O CRISTO JESUS!…
(autora de Retalhos do Cotidiano.)