4 de agosto de 2007
Debruçada em cristais, beijando taças,
A face da mulher projeta um grito,
Como uma queda,
Um vôo de falcão
No azul.
O vidro não esconde o verdadeiro
Da janela, da noite que é sempre noite,
Em toda parte,
Até mesmo na sombra verde.
Embora o azul e o verde sejam líquidos
É preciso transpor certos caminhos.
Erguer taças, chorar, ouvir cantos,
Soluçar no momento convulso do mundo.
Que assim seja.
Chorar ao grito que passa,
Como uma queda,
Como o vôo do falcão,
A face da mulher transpondo o grito
Como se fosse um sólido.
Dizer que o que há é hermético,
Puro e fechado,
Pedaços de coisas que não vemos
Foge a tudo o que se opõe ao seu caminho.
O puro amor,
Da amena dança,
Do corpo alado,
Da rima,
Do sonho,
Da revelação.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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