Paul Auster, escritor americano, diz ser “a arte como uma enfermidade: você se infecta e não se recupera.”

Refletir sobre a vida é adentrar-se nas dimensões enigmáticas do ser humano, porque tocar na realidade assusta e sangra…
Expressões se acumulam na alma tornando o passo mistério impregnado de pesadelos e apatias…
Não há porções arruinadas, solidão descompromissada…
Não há olhar sem o desejo de vasculhar a essência do ser, contornos inexplorados,
desafios silenciosos a bailar em (re)cantos de aparência oca, cujo rosto contempla a paisagem disfarçada em uma mística de (des)encantos…

Na arte, o sentimento da ausência, dor fugindo do controle, turbulência provisória e sufocante, fugas no esvaziamento do tempo…
Nas molduras empoeiradas a palavra se abriga em sombras e as veias inflamadas despertam os sonhos na neblina da saudade…
No ritmo inesperado de abstrações, o amor de repente se desfaz e a madrugada perplexa soluça no chão faminto,
acendendo imagens, rascunhando esquecimentos, dissimulando na memória o sorriso que não conseguiu ser registrado,
a lágrima embriagada que ardia no murmúrio (in)consciente de lábios feridos…

25.02.2007

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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