Oração e TRABALHO são os recursos mais poderosos na criação moral do Homem. Afirmou enfaticamente a inteligência mor do Brasil, na sua célebre “Oração aos Moços”.
Há catorze séculos também, Bento, o grande mestre da espiritualidade medieval, direcionou um código de vida para si e seus seguidores através do lema ORA ET LABORA.

Oração é o contato íntimo da alma com Deus, sublimando-a.
TRABALHO é a ação contínua de cada um sobre si mesmo e o mundo onde vive, desenvolvendo e apurando suas energias corporais e espirituais.
O homem que trabalha está unido ao Criador de todas as coisas, complementando-Lhe a Obra Criadora e permanece em oração.
O homem nasce para o TRABALHO, entretanto, muitos ignoram esta nobre realidade e outros ainda desconhecem certas condições elementares para executá-lo, como o aproveitamento do tempo, imprescindível para p lucro da vida.

Há quem afirme que os melhores trabalhadores são os madrugadores.
Todo e qualquer TRABALHO enaltece a pessoa e a ociosidade, mãe de todos os vícios, torna-se desprezível. A preguiça é a chave da probreza, segundo os antigos.
Cabe aos pais, educadores, poderes públicos, encaminhar e estimular as crianças e jovens para o TRABALHO.
O TRABALHO afasta de nós três grandes males: o tédio, os vícios e a necessidade, disse Voltaire.
Infelizmente, hoje, o espectro do desemprego grassa a nossa cidade, o nosso país, o mundo inteiro.
Há também aqueles que milagrosamente sobrevivem com um ínfimo subemprego. Há ainda aqueles que se submetem a indignas e perigosas atividades e nem conseguem o mínimo para sobreviver. Enfim, há os miseráveis que nada têm, sofrendo fome, doença, nudez e esperando pela comiseração humana.
E por que este apocalíptico desequilíbrio profissional? Existe realmente uma inversão de valores na economia dos povos e na valorização do homem.

As expressivas riquezas concentram-se nas mãos de poucos em detrimento da maioria. Os países ricos detêm suas fortunas sem se sensibilizar com as necessidades dos irmãos pobres de outros mundos.
As grandes empresas visam, em geral, exclusivamente ao lucro, tratando o TRABALHADOR e o próprio TRABALHO como coisas inanimadas.
É verdade que o desemprego às vezes é fruto do desinteresse, indolência, preguiça, que por sua vez é resultado da ausência criminosa de uma educação pública e familiar, sistemática e orientada.
Encontramos ainda os “inempregáveis”, aqueles que, por desqualificação profissional ou economia de mão-de-obra, são cruelmente substituídos pela máquina e para sempre.
Entretanto, nem tudo está perdido, pois podemos mencionar a Economia de Comunhão como um salvador esquema de justa distribuição de lucro entre os TRABALHADORES e já experimentado por várias empresas brasileiras e estrangeiras. Estas assimilaram, com certeza, que Capital e Trabalho se completam. O Trabalho depende do Capital, e o Capital depende do Trabalho. Estas empresas acreditam, ainda como Karl Marx, que o homem é o Capital mais precioso.

O TRABALHO, enfim, é uma instituição divina. Procuremos assegurar esta afirmativa não como a severa sentença: “Comerás teu pão com o suor do teu rosto”, mas com esta tão singela e masgistral súplica: UM PEDIDO FIZ A DEUS PARA ME DAR ALEGRIA. E O SENHOR ME RESPONDEU: “ZÉ, TRABALHA, PLANTA E CRIA”.
A esses “homens e mulheres – panacéia, empreiteiros de todas as empreitadas”, OS TRABALHADORES, no dia que lhes é consagrado, 1º DE MAIO, a minha genuflexa exaltação.

(autora de Retalhos do Cotidiano)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]