Marcante 5 de março de 2007

No topo daquela árvore, que doava gratuitamente a sua vasta sombra; fui a primeira flor a nascer. Linda, médio porte, cheiro singular e de amarelo muito forte. As abelhas me sugavam. As borboletas pousavam em mim. Libélulas e beija-flores me cortejavam também. Tiraram de mim minha vida, minha potência e eu, inocentemente não me dei conta, sentia-me lisonjeada com tanta corte! Um dia porém outras irmãs nasceram e em abundância. Eu fui ficando pra trás. Mais comum já que éramos tantas… Pela idade o meu mel de tão explorado era pouco. Não era mais a preferida…. O amarelo lindo que ostentava, desbotou. Fui minguando, sumindo e tombei. Tombei do alto, e no chão cheguei. Fiquei até inerte por algum tempo. Senti que estava sendo levada e até gostei… Com esforço, levantei uma pétala e percebi que um mundo de formigas me levavam pra seu imenso formigueiro. Lá chegando meu espanto foi maior! Tinha sido escolhida, pra enfeitar o formigueiro em festa, por ter sido eu a primeira daquela árvore.

Fiquei feliz e continuei a viver!
Enquanto pude

24/07/06

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]