Esse é um assunto debatido e sempre atual, sobretudo quando se fala em negócios, política, relacionamento humano e vida profissional. Também quando se fala das conquistas científicas e novas tecnologias , é necessária uma postura ética porque,muitas vezes, é a vida humana que fica em jogo. A ética não trata apenas de normas, o que pode ou o que não pode, não são etiquetas que direcionam a vida e que fazem da pessoa um autômato. Mas o princípio que norteia a procura ética é a razão dos comportamentos.

O fundamento da ética é o próprio ser humano, é da sua natureza que surge o comportamento. E o agir depende do ser – o que esperamos de um giz? Que ele aja como giz, que escreva. Em cada ser há um conjunto de energias para produzir determinadas ações. A única obrigação do homem é a de ser e agir como homem, como pessoa. E o único mal é não agir como homem.
Mas antes de se perguntar: o que devo fazer? É necessário primeiramente se interrogar: o que eu sou? A resposta aponta para a construção da pessoa, para o enriquecimento do ser como pessoa. Ela é mais positiva do que proibitiva, isto é , é mais importante respeitar a vida do que não matar.

Cada vez mais surge a necessidade dos Códigos de Ética para as diversas áreas profissionais.Eles são um acordo explícito entre os membros de um grupo social : uma categoria social, um partido político, uma associação civil, etc. Seu objetivo é explicitar como aquele grupo social que o constitui, pensa e define sua própria identidade política e social; e como aquele grupo social se compromete a realizar seus objetivos particulares de um modo compatível com os princípios universais da ética.

Apesar de uma crise ética generalizada, especialmente no nosso país, surge, em contrapartida, uma reação, consciente ou inconscientemente. Recentemente, estive em Stº Amaro a convite da Escola Estadual Senador Pedro Lago que estava realizando um programa cultural intitulado Projeto Interdisciplinar de Cultura e Arte. E o tema que norteou essa atividade foi: Ética e cidadania- certo ou errado? A preocupação surgiu por conta dos pilares da ética no Brasil estarem abalados, conforme diz o folder da Programação. Lá também é dito :”Poderemos ,talvez, não encontrar respostas aos nossos problemas, mas levantaremos algumas situações que serão importantes para compreendermos os conflitos éticos do cotidiano vividos pela sociedade atual”.

Também participei do Culto de Ação de Graças dos formandos da terceira turma de Jornalismo da Faculdade 2 de Julho. A turma teve como paraninfo o Prof. Edivaldo Boaventura, que, alem de mostrar os valores éticos que desafiam a profissão, também mostrou as perspectivas advindas da Internet que provocam a atualidade das notícias e dos múltiplos aspectos do jornalismo convencional.
Lá, pela primeira vez prestei atenção ao juramento proferido naquela cerimônia pelos novos jornalistas :”Juro, no exercício das funções de meu grau, assumir o meu compromisso com a verdade e com a informação. Juro empenhar todos os meus atos e palavras, meus esforços e meus conhecimentos para a construção de uma nação consciente de sua história e de sua capacidade. Juro, no exercício do meu dever profissional, não omitir, não mentir, e não distorcer informações , não manipular dados e, acima de tudo,não subordinar em favor de interesses pessoais, o direito do cidadão à informação”.

Foi lembrado, no culto, o compromisso, que os novos formandos devem ter, com a verdade e não com os “furos” que poderão tornar famosos esse ou aquele profissional, como se vê no périplo de alguns “papparazzi” internacionais.
No culto foi mostrada a necessidade de agradecer tudo o que do Senhor recebemos,especialmente, esse momento tão importante para vida dos formandos. Lá eles estavam pedindo uma bênção ao Senhor, para a vida profissional, pessoal e familiar. E , na verdade, a resposta vem pois o Senhor disse no evangelho :”Pedi e recebereis”. Abençoar é um favor divino. A Bíblia nos mostra o costume de se abençoar as pessoas e as coisas. Deus abençoa os patriarcas (Gen.12,2-3), também o pão, a água(Ex.23,25). E há bênçãos especiais para o povo de Deus. Os representantes religiosos abençoam as pessoas, desde o Antigo Testamento até aos nossos dias, como uma delegação, isto é, “em nome do Senhor”.

Na conclusão foi sublinhada uma palavra de S. Francisco, que estava no convite e que exprime o desejo da turma de se pautar na vida profissional :”Senhor, fazei de nós um instrumento de vossa paz”.

Professor de Antropologia da Uneb, da Cairu, da Faculdade 2 de Julho. É membro da Academia Mater Salvatoris, do IGHB. Colabora nas Paróquias da Vitória e de S. Pedro.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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