A DIGNIDADE HUMANA é uma conseqüência antológica da origem do próprio homem e remota aos tempos imensuráveis que transcendem à capacidade de concreto cálculo numérico. O homem sempre existiu nobre, importante e, sobretudo, amado, na mente divina. Toda pessoa é detentora de faculdades superiores que devem ser cultivadas e ampliadas e participa da infinitude suprema, retratando a essência da sua grandeza e perfeição. Enfim, o homem tem algo, ou melhor, tem muito de Deus. É o humano confundindo-se com o divino e o divino tornando-se humano na pessoa de Jesus.

Diante destas tão conhecidas considerações, é supérfluo afirmar ou lembrar qual o tratamento que todos, especialmente “os poderosos” e os melhores e mais agraciados com dons e dotes, devem dispensar naturalmente aos semelhantes, aos irmãos. “Todos têm direito a ser respeitados. Todos são maiores que seus atos”.

A DIGNIDADE HUMANA reveste-se, portanto, de caráter universal, pois todos são dignos, todos são merecedores. Não discriminemos nem excluamos ninguém.
Muito oportuno o tema da Campanha da Fraternidade – 2000 – DIGNIDADE HUMANA E PAZ e que este ano, pela primeira vez no Brasil, está se realizando ECUMENICAMENTE. Não somente a Igreja Católica, porém, mais seis outras diferentes igrejas cristãs, num congraçamento arrojado e consciente de Fé e Fraternidade direcionado para a PAZ, uniram-se em defesa da DIGNIDADE HUMANA. Não ficaram indiferentes aos clamores e sofrimentos dos irmãos. Somente a árvore seca fica imóvel entre as borboletas e pássaros, diz a grande Cecília Meireles.

Com grande propriedade, a Organização das Nações Unidas consagrou o tão esperado 2000, como o Ano Internacional da Cultura da PAZ.
A PAZ, fruto da justiça e do AMOR, está condicionada a um viver digno.
Quem poderá experimentar a PAZ se o salário é insuficiente ou inexistente? Se a moradia é incompatível com as necessidades vitais, ou, pior ainda, se o firmamento é o teto e as pontes e os viadutos, os refúgios? Se a fome é a companhia inseparável? Se a dor e a doença não têm remédio? Se a educação é utopia? Se o lazer é privilégio dos afortunados? Se, enfim, as injustiças legais e os maus tratos dos chefes e patrões são uma constante?
A resposta todos sabem e é única: NINGUÉM.
Todo este lamentável elenco de humilhação e sofrimento constitui o maior e mais abominável atentado à DIGNIDADE HUMANA.
E, mais ainda, é um atentado ao próprio Deus, Criador de todas as coisas, Criador do homem, feito semelhante à Onipotência, para ser feliz e participar da DIGNIDADE DIVINA.

Ofensa ao irmão é ofensa ao PAI.
Reflitamos honestamente nesta terrível e inconcebível realidade, aquilatemos nossa dignidade pessoal e a de toda humanidade, tracemos e executemos nossos planos de desempenho fraterno, lembrando que “A FRATERNIDADE É O SINAL POR EXCELÊNCIA DO CRISTIANISMO”.

(autora de Retalhos do Cotidiano)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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