Tudo, neste mundo, é relativo. Há coisas de maior e de menor importância, coisas que duram e coisas que são passageiras. Há também aquelas que são primárias e outras secundárias.
Todos entendemos que a sobremesa não pode substituir o prato principal. Um dia, depois que Jesus havia multiplicado os pães, muita gente o procurava e ele compreendeu que as pessoas o buscavam não por amor, mas porque queriam ver milagres, receber benefícios. Afinal, por que não aproveitar? Diante disso, Jesus lhes interpela: “Procurem o alimento que permanece!” Noutras palavras: procurem o absoluto. Não se prendam ao relativo.
E o que é realmente o duradouro? Certamente nesse caso Jesus está se referindo mais a Eucaristia, mas também a tudo aquilo que contribui ou promove nosso relacionamento com Deus, no amor, pois tudo é importante. Todos temos consciência de que, nada, por menor que seja ou que pareça ser, é de pouca importância. Importa que levemos a sério e nos empenhemos na busca de Deus. Só ele é absoluto, tudo o mais é relativo.
Quantas vezes nós invertemos as coisas! Nos casamentos, por exemplo, quanta coisa supérflua. Quantos enfeites, quanto luxo, quanta pompa, mas nenhum conteúdo interno. E os relacionamentos? Alguns são meramente comerciais, de amizade não existe nem vestígio. E as relações entre os políticos? Deus nos livre de tal.
Se temos consciência de que Deus é o absoluto, precisamos também ter a coragem de aceitar as conseqüências.
Todos rezamos, mas como é o nosso relacionamento com Deus? Dizemos acreditar em Deus, mas temos realmente fome de Deus? Fazemos gestos parecidos com prática de caridade, mas amamos verdadeiramente as pessoas? E a nossa prática religiosa? Será que não depende demais dos nossos sentimentos?
É preciso procurar aquilo que permanece, é preciso buscar o absoluto. E só Deus é o absoluto.