Pai viaja à terra onde nasceu e viveu a infância, Afogados da Ingazeira. Orgulhoso leva o filho mais velho, 6 anos, para conhecer o avô. Toma o neto nos braços, festas, alegrias da vida perto dos seus 80 anos. Vão à casa grande, mostra a imensa sala com as fotos já esmaecidas pelo tempo. Ele, a mulher e os filhos (muitos, sem a pílula e sem a tv). O primeiro quarto, sacas de milho e de feijão dominavam. Foi aí que o neto falou:
-Vô, onde fica o banheiro?
-Você quer ir lá?
-Só quero saber.
-Então depois mostrarei.
No segundo quarto, melancia, jerimum e melão cheiroso são os hóspedes. E novamente o neto:
-O banheiro, vô.
-Calma, vou mostrar.
O último quarto, o seu quarto e a sua lembrança da mulher. Olhos marejados, vão desfilando roupas, jóias, apetrechos etc. Tudo é saudade.
Vem a cozinha. Aberta a porta, surge um calçadão alto e um alpendre rodeando a casa. Bananeiras, goiabeiras, mangueiras, canavial e muito mais se avistavam.
Em gesto teatral, os dois braços levantados e em volta de um lado para o outro, fala:
-Pronto, meu neto, o banheiro é tudo isso aí…