Menino inteligente aquele. Com 3 anos e alguns meses, não gostava de, em casa, ficar sem a presença do pai. Nem quando precisava ir ao banheiro. Batia na porta, puxava conversa, as interrogações eram multiplicadas. Sempre, de bom humor, respondia a tudo.
Um belo dia, a família recebe um telefonema de um casal amigo do Rio. Vem passar uma semana aqui. Finalmente aceitam, depois de vários convites.
Começa a família a esquematizar a visita. Na noite livre, ao redor da mesa, os planos vão saindo. Passeios, praias, restaurantes, comidas típicas, igrejas, teatro, o velho e o novo do Recife e de Olinda. Tudo, em linhas gerais, pronto. Ele vai ao banheiro. Surge, então, o filho com suas perguntas e batidas na porta.
Convida a mulher para concentrar esforços no bom comportamento do filho. Conversam com o filho e até uma boa surra depois de muita explicação.
Chegou o grande dia. Descanso da viagem. No segundo dia a preparação de City Tour da cidade. O pai vai ao banheiro. O menino começa o interrogatório. Envergonhado, lembra a surra prometida. Com voz macia e inocente explica:
– Eu só queria saber se você está sentado ou em pé…

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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