Muitas pessoas votam. Muitas pessoas gostam de votar. Muitas pessoas votam por obrigação.
Poucas pessoas sabem votar!… Aqui não está em evidência o aspecto material do ato de votar, isto é, o acertado manuseio da urna eletrônica.
SABER VOTAR é muito mais do que isso.
SABER VOTAR é apreciar e comparar equilibradamente a personalidade e o caráter dos candidatos, destacando-lhes os talentos e atributos cívicos, sociais e humanos.
É claro que qualidades inatas como tino administrativo, capacidade de trabalho, coragem, entusiasmo, eloqüência, simpatia, desprendimento são fatores que contribuem muitos para o sucesso de quem aspira a assumir cargo executivo ou legislativo.
Dizem que comparar é perigoso e pode até gerar injustiças.
Entretanto, o eleitor deve imparcialmente comparar não somente as propostas apresentadas pelos candidatos, nem sempre com convicção e escrúpulo, mas principalmente as próprias pessoas, sua índole, sua formação moral e intelectual, seu passado e, sobretudo, sua retidão de vida.
Então, exige-se que o candidato seja perfeito ou até mesmo um santo? NÃO. A perfeição é apanágio divino.
Exige-se sim, de todo aquele ou aquela que vai comandar os destinos de uma comunidade, seja legislando ou administrando, aquela relativa perfeição, própria de uma pessoa digna.

A escolha consciente de um candidato é comumente comprometida pela filiação partidária, garantida por antigos favores, parentesco ou mera atração pessoal.
Há também a compra e venda do voto. A que, o pobre por necessidade ou extorquida a sua dignidade pelos poderosos, “vende-se”. Troca a sua verdadeira escolha por algo que no momento parece suavizar-lhe o sofrimento.
E pode, ainda, receber o benefício de um e votar no outro.
E o que dizer dos ditos “esclarecidos e cultos” que condicionam o seu voto à promessa de altos cargos, bons empregos e até tentadoras recompensas financeiras?
Eis aqui, lamentavelmente, nossa verdade eleitoral!…

Portanto, é necessário que todos os brasileiros se conscientizem de que VOTAR é o mais dignificante ato cívico, ressaltando-lhe a capacidade de liberdade e escolha. Esta não só distingue o homem dos outros seres, como o eleva muito acima de todos eles.
Convém lembrar ainda que a POLÍTICA como arte de bem governar os povos é necessária, eficaz e bela. E os homens que a exercem com lisura merecem a admiração, reconhecimento e estima de todos os seus compatriotas.
E como sonhar não é proibido, nem pecado e nem exige pagamento, sonhemos com eleições mais edificantes e conscientes que projetem a grandiosidade da cidadania brasileira.
Que as promessas inexeqüíveis, os ataques, ofensas e até infâmias pessoais e os afagos públicos inexistentes em outras épocas sejam patrimônio de um passado atrasado e indesejável.
E, assim, quando a Justiça Eleitoral proclamasse o resultado das urnas, proporcionaria a mais inusitada surpresa: ELEITOR E CANDIDATOS, todos seriam eleitos.
O ELEITOR elegeria a sua consciência por ter votado com independência.
O CANDIDATO VENCEDOR elegeria a sua satisfação por assumir com justiça o cargo escolhido e desejado.
E O CANDIDATO VENCIDO elegeria democraticamente a sua convicção de que o VOTO É LIVRE.
Enfim, às URNAS, com patriotismo, dignidade e consciência.

(Autora de Retalhos do Cotidiano)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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