12 de setembro de 2006
A casa de madeira demonstrava podridão. Em quase todas as paredes, buracos nos rodapés eram tapados com tijolos sujos e umedecidos. Um pedaço de mangueira estendida de um cômodo ao outro revelava uma intenção. Pratos abandonados em cima de uma mesa maltratada indicavam: pessoas ali estiveram saciando talvez a mais antiga das necessidades. Uma jovem em roupas minúsculas rondava o local à procura de alguém que tivesse algo. Precisava trocar o corpo com um pedaço de pão. A mangueira pingava as últimas gotas, o chão permanecia imundo. A ausência de móveis, a presença da jovem deixava no ar a esperança de uma festa inexistente.
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Bauru/SP
Obs: Imagem enviada pela autora
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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