Angela Borges 18 de setembro de 2006

Ele subia lento, ofegante.
O ritmo denunciava a sua idade quebrada pela vida.
A respiração forte traía a sua aparente vitalidade.
A ¿máquina¿ parecia pifar.

Mas, perseverante, ele subia.
Silenciosamente, com dignidade,
Ele subia sem pedir ajuda, sem olhar pro lado.
Subia e acreditava que devia subir mais.

Ele conhecia a ladeira, já lhe era familiar.
Deveria subir, disso ele tinha certeza.
Subir sem receios, sem temores.
Por isso, subia de coração aberto e cansado.

O topo era a sua meta primeira.
Na fé, acreditava atingi-lo.
Sem ajuda, subia a ladeira da vida
Em busca de uma vida mais digna, mais justa.

Na ladeira da vida, buscava uma vida menos animal.
Uma vida mais mansa, menos feroz.
Metaforicamente, uma ladeira de primaveras.
Uma ladeira onde a vida se reconstruía.

21.08.06

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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