resomar 16 de setembro de 2006

Sentias no mormaço da indiferença o atrapalho de teu sorriso agitado…
Tuas mãos não mais se abriam…
O medo se impregnava e emudecias para não explodir na pressa de não-ser…
Bebias tuas cicatrizes e abandono…
O esquecimento se fazia grito de solidão…
Momentos desacreditados carregavas no desespero…
Palavras amargas penetravam em tua alma desprovida de sonhos e cor…
Aguardavas o gorjeio de um sentimento real…
Loucuras sobrevoavam teus gestos abafados…
Nostalgias beiravam teus limites feridos…

Jogada às feras o pensamento rodopiava em um indefinido desejo…
Tuas intuições presenciavam a força de um significado amortecido
e retalhado de injustas pressões…
Anoitece e o teu corpo simplesmente esclarece razões não reveladas,
um amor esquecido na fronteira de agonias persistentes…

Tua voz em balbucio se despede…
Interrompes a vida para dar passagem aos que desconhecem
a essência da liberdade de ser…
Entregas todas as armas na ferrugem sonolenta de um gole envenenado…

22.03.2006 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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