6 de agosto de 2006
De repente,
Explodiu do passado
E rebentou, cheia de lágrimas
No rosto do menino,
Que ontem fui.
E veio caminhando pelas ruas
A predizer as coisas do futuro
Num velho realejo a manivela.
Os olhos do menino inebriado,
Que enxugava esse pranto indefinido
Predizia que havia em seu futuro,
Um velho realejo encarcerado.
O passado fixou-se na retina
E um velho paletó da cor de carne
Do velho mensageiro de alegrias
A distribuir felicidade pelos ventos.
A valsa que era alegre, ficou triste,
O sonho que sorria, ficou pálido,
A dor que não era, foi crescendo
E cantou como uma pássaro ferido.
O sonho que era valsa, foi embora
Carregando um paletó amargurado,
Um velho realejo de som rouco
E a nota persistente do passado.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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