O sempiterno doce
Do limão amarelo,
A agressiva e rubra polpa
Da maçã perdida,
O aço da faca
Evocam um paladar sem cores,
Sobre uma tela rústica.

Tal é o sonho,
Quando perto de nós
A avara sede de viver
Não gera mais que o amor
Feito de sal e lágrimas.

E eu choro,
No desconsolo da tela,
O sonho do pintor,
O poema de cores
E o que os meus olhos apreendem.

Quero um pouco desta nostalgia,
Um pouco da tua luz,
Um pouco de tua sombra,
Um pouco de mim que se perdeu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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