(e ainda hoje acontece)
O que meus olhos contemplaram…
Contrastes da Natureza!
No Nordeste… seca… seca… tudo seco…
Mata esquelética … Campos secos… Grama seca…
Terra ressequida… Rios secos… Tudo seco!…
Só nos mandacarús, no aveloz… destaca-se o verde,
a cor da esperança…
Esta sequidão,
os meus olhos contemplaram com tristeza.
Na Região do Cariri, o verde reaparece…
Região privilegiada, humilha o seco Sertão.
Depois… seca novamente…
Tudo seco! No Ceará, em Pernambuco, no Piauí…
Tudo seco!…
Enquanto o Nordeste seco,
deseja a chuva benfazeja para reverdecer os campos,
encher o rios, alegrar a Natureza,
– Pela televisão os meus olhos contemplaram:
as grandes enchentes nos Estados do Sul:
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.
Chuva, muita chuva!…
Água, muita água… Tremendas inundações!…
Que contrastes da Natureza!…
Voltando do Ceará ressequido –
Passando pelo seco Piauí…
Sol quente… quentes estradas…
Maranhão… começa a mudar…
Rio Gurupi – com água!
Pará… diferença!
É Região Norte!
É Amazônia!
Meus olhos voltam a contemplar:
O verde da esperança!
Mata verde… Campos verdes…
Capim verde… Tudo verde!
Rios correndo… Natureza alegre!
Contrastes…
Imensidões de águas…
Amazonas imenso,
Tapajós, Trombetas, Nhamundá…
Lagos imensos…
Imensidão de verde…
Meus olhos contemplaram.
Contrastes da Natureza!
– “Por que estes contrastes?”
Perguntou meu coração!…
E a resposta não foi dada!…
1983