A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, diz KIERKEGAARD, filósofo dinamarquês existencialista ( 1813-1855).
A memória esquecida rasga aparentes sombras e se apaga no silêncio…
Exausto e perplexo o olhar se prolonga…
Abismos de recordações revivem um tempo assustado e anônimo…
O fracasso se precipita na mente, afoga soluços, interrompe passos diante de lutas inacabadas…
O corpo cansado se desespera e silencia…
A alma sedenta busca explicações…
O filósofo conclui o pensamento: “… mas só pode ser vivida olhando-se para a frente.”
Não há como fugir!
Urgente esgotar todas as possibilidades, (re)criar atalhos, expulsar mágoas, experimentar o sabor dos (des)encantos, apalpar a dor em sua essência, aprender a arte de transformar o fato consumado em desafio audacioso, onde o gesto pousará na flor desfolhada sem espaço para (re)nascer, mas imersa na certeza de que o escuro anuncia perdas e (re)encontros…
Urgente estender as mãos para abraçar a consciência do desamparo da humanidade, tocar na cicatriz, beber a nostalgia da solidão e prosseguir…
O caminho é longo e o sentimento infinito!…
12.08.2006