Religião não é idéia, mas amor. Deus não é solidão, mas
relacionamento, comunhão. “Ser imagem e semelhança de Deus” conforme
afirmação do livro da Gênesis, significa que a pessoa humana foi criada para
o relacionamento, para a vivência do amor. É, portanto, no amor que somos ou
não parecidos com Deus.
Nosso mundo é um mundo egoísta, individualista, onde cada um se fecha no seu
próprio espaço, preocupado só consigo mesmo, com suas idéias, seus
interesses; protegido por muros e cercas que impedem ver além do nariz,
esquecendo que, ao nosso redor, está uma complexa realidade, diante da qual
não podemos ficar indiferentes e nem insensíveis.
Neste mundo individualista é preciso ter visão lúcida e abrangente. E quando
contemplamos essa realidade, quanto sofrimento! Quanta dor! Cada pessoa
carrega a própria cruz que pode ser física, moral ou financeira. É a
abertura para o sofrimento e para a dor dos outros que vai transformar nossa
vida, vai ajudar a tomar consciência de que os nossos problemas ou
sofrimentos, muitas vezes, são insignificantes diante dos problemas e dos
sofrimentos dos outros. Deixemos um pouco nossa dor, esqueçamos nossos
sofrimentos e tentemos abrandar a dor dos outros.