O trote dos novatos sempre se repetia a cada ano. Do Seminário de Olinda, no alto se avistava o mar. Para o vindo do sertão do agreste, chegava e ouvia histórias as mais interessantes! Em fevereiro, após o carnaval, o passeio em Rio Doce era aproveitado para brincadeiras. No final dos anos 40, Olinda Farol era bem habitado. De lá até Rio Doce só se encontravam pescadores.
Os seminaristas antigos assumiam o papel muito humano e compreensivos de orientadores nas coisas do mar. Os novatos deveriam levar toalha de banho, a meia e o sapato em ordem, o sabonete, tudo era avisado e conferido. Na manhã do passeio, os risos, as gargalhadas, o vozerio dos “sérios” diante dos crédulos orientados. O novato, além de sair para guardar supérfluo, ainda era apontado como retardatário.
Também, o mágico ou adivinho tinha espaço. Dois alunos antigos, distante um do outro seis metros e de costas, davam início às adivinhações. O novato, em segredo, dizia no ouvido do outro o nome de uma cidade. O dirigente ficava a dizer nomes de cidades variadas. Depois da cidade de Olinda ou Recife, a terceira cidade seria a correta, dita (soprada) pelo novato.O novato, boquiaberto, conheceu um mágico.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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