20 de junho de 2006
Carregavas no saco um corpo,
Carregavas na verdade mais do que um corpo:
Suportavas o peso de um espírito fragilizado
pela fome,
pela miséria,
pelo abandono,
pelo cansaço de cada dia.
Transportavas na cabeça
o prato vazio,
a água contagiada,
a humilhação da mendingança.
Tuas mãos continuam com as chagas abertas
Catando papelão,
remendando trapos sujos,
recolhendo migalhas de comida pelo chão.
Homem-Deus reconhecido
pelos olhos misericordiosos de seu Pai.
( 15.06.2006 – Natal/RN)
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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