Lila Costa 14 de junho de 2006

A ATITUDE ETOLÓGICA

A observação é a base para todos os ramos da ciência, pois é ela que vai lastrear, servir de alicerce. Os seus frutos foram somados aos conhecimentos pré-existentes.”Qualquer observação exige um saber ordenado numa teoria pré-concebida”.

A contribuição que a Etologia tem dado é muito grande, pois muitos paradigmas foram mudados, frutos evidentemente da observação.

Muitos estudos comparativos podem ser feitos em relação a fatos existentes entre os animais e os homens, como por exemplo: o incesto.

As regras de comportamento no reino animal são seguidas com rigor. Os ditames biológicos são leis. Como vimos, no Inverno as gaivotas procuram lugares mais quentes, seguem rumo ao Atlântico, lá encontram grupos diferentes do seu. Todavia, apesar das características genéticas comuns, elas não se misturam. Na Primavera retornam aos seus lugares de origem (onde nasceram) para formarem famílias. Já os chimpanzés, além de não terem relações sexuais com as mães, quando presenciam este fato, põem as mãos nos olhos. Instintivamente evitam o incesto.

Já entre os serem humanos não acontece o mesmo. O homem observador que é por natureza, dá nome a tudo. Tanto ao que acha normal, como ao que atribui incorreção, erro e anormalidade. Cria até punições para os transgressores, aqueles que mesmo conhecendo as leis, as normas e as regras, fecham os olhos e dão largas aos instintos. Muitas vezes agindo como animais, ofensa aos animais.

Usando a observação como ferramenta, vemos que antropólogos, psicanalistas, psicólogos e outros profissionais das ciências se utilizam deste recurso para chegar as evidências.

A título de ilustração, a “LIÇÃO DOS GANSOS” o misterioso vôo dos gansos selvagens rumo ao Sul, para a invernagem, em forma de V.

“Comprovou-se que, ao bater de suas asas, cada pássaro produz um intenso movimento no ar capaz de apoiar aquele que vem imediatamente atrás. Por isso, voando em V, o bando completo aumente em 71% o poder do remígio coletivo, em relação a cada pássaro voando solitário.

Afastando-se do bando, sente o ganso a resistência do ar a dificultar-lhe o vôo.É o bastante para que regresse ao grupo, beneficiando-se dos outros.

Quando o líder cansa, outro ocupa o seu lugar. Os gansos grasnam. Entoam a sinfonia do grasnar como alento vigoroso aos que vão à frente para que mantenham a velocidade. Se acontece a queda de um ganso, cansado, enfermo ou ferido por um disparo, outros dois dispersam-se do V para ajudá-lo e protegê-lo, assistindo-o até que esteja, novamente, em condições de voar, ou mesmo, até que morra. Somente então, retornam os dois ao voar do grupo, à comunidade do bando”.

Quanta aprendizagem podemos adquirir com esta lição. Muitas empresas seriam mais bem sucedidas, se utilizassem esta técnica para atingir suas metas.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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