De repente,
Alguma coisa que não era,
Se fez luz.

Palmilhando essa luz,
Se fez o tempo
Na elipse das coisas que não eram,
Mas cresciam em órbitas no infinito,
Deixando rastros de memória no caminho.

E coisas pequeninas, mas ingentes,
Moveram-se ao redor do que não era,
Por ser apenas o caos e a fantasia.

Da explosão do mundo, antes inerte,
Cresceram sombras e predizer quimeras
Em sólidas migalhas espalhadas
Em comovidas estações de fogo e água.

E quando tudo parecia eternidade,
Cresceram flores e cresceram espinhos.
E ventos que sopravam sem destino
Se fizeram tão calmos e permanentes,
Indiferentes a deuses e a outras coisas.

Então, percebi que eu existia
Na terra, no ar, no fogo e na água,
Em transcendentes memórias esquecidas,
Guardando apenas num estojo imóvel
A memória de alguns milhões de amores.

E com o mundo acordei,
E chorei tanto
Ao ver a luz em comovente brilho
Seguir a trilha do seu próprio tempo.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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