As Bases Biológicas do Entendimento Humano

Os neurobiólogos estão preocupados como o conhecimento se dá.

Nos surpreendemos com os truques e as manobras que fazemos para conhecer, descobrir. O ponto cego, o movimento das sombras nos jogos de luz. Dependendo da intensidade e posição da luz, as cores variam. Tudo isso nos leva a outros conhecimentos, ilusões e desconhecimentos de nós mesmos. É um constante surpreender.

Todo conhecimento é circular, estamos sempre voltando para o começo.

O biológico, social e cultural, estão em constante interação, produzindo conhecimento e descobertas que consolidam novos conhecimentos.

O ato do conhecimento está contido no nosso ser de forma global. Não podemos dissociar o conhecimento biológico, do social. Um dá suporte ao outro. Como diz Maturana:”… não há descontinuidade entre o social e o humano e suas raízes biológicas. O fenômeno do conhecer é um todo integrado, e seus aspectos estão fundados sobre a mesma base”.

O ato de conhecer é um caminho sem volta. É como se fosse um carimbo. Começam a fazer parte de nós. As atitudes, os comportamentos denunciam o que sabemos, o que conhecemos. Somos através do que conhecemos.

O conhecimento só tem sentido se for passado adiante, multiplicado, disseminado, partilhado, jamais transferido como um fardo, ele é um bem pessoal. Depois de adquirido começa a fazer parte integrante de nós e irá conosco até a morte.

Da mesma forma que “somos responsáveis por aqueles que cativamos” (Exupéry), “depois de estabelecido o vínculo com o conhecimento, não se tem mais como negá-lo” (Maturana e Varela). Criamos um compromisso.

O conhecimento se dá através das descobertas, comunicação e linguagem.

O fenômeno do conhecer se torna um processo, porque nos leva a novos mundos, que estão sempre abrindo novas portas, para as quais somos atraídos, impulsionados pela curiosidade, vamos criar novas teias, novas relações e cada vez mais nos entrelaçando e construindo novos conhecimentos.