Lembro-me o dia, em que seu rosto me surgiu pela primeira vez
adornado de beleza e de alegria,
Com olhos que fluíam uma infinita suavidade, que me enchia
a alma de um prazer nunca antes sentido.
Depus todas as minhas armas ao chão, como faz tranqüilo
aquele que se apaixona e por esse amor fui aprisionado.
Como isso me era bom!!! Como meus olhos se animavam!!!
Lancei-lhe um olhar beijei sua mão, que tremeu na minha.
Como são imensas as forças de que o amor dispõe, e como uma
palavra bem usada faz aumentar o preço de uma caricia
e a torna ainda mais tocante; Falei-lhe do amor puro e generoso,
e pelos suspiros carregados de desejo notei que lhe acendi a chama.
Um instante tornou-nos amantes, e como num vasto jardim onde há muitas flores a se colher, durante anos colhemos o gozo, a alegria, e todos os prazeres deste amor, que eu julgara infinito; mas como as palavras nos são aliadas no amor, também nos são na raiva, no ciúme e no ódio.
Assim sendo, do mesmo modo em que nos tornamos um só ser, em um instante tudo mudou, nos transformando em estranhos, reservados, duros e inatingíveis e me censurando com lagrimas involuntárias, por não ser possível fazer por mais tempo, a nossa felicidade.
Então, sentiu-se feliz sabendo que eu sofria, e se satisfez vendo meu pranto.
Mas não sabias que a mim, esse pranto foi magnífico,
aliviando o peito oprimido, refrescando as pálpebras e me trazendo novamente a vivacidade de espírito.
Assim como as estrelas são o ornamento do céu, e as flores o da primavera, as nobres frases são a beleza da poesia…
E eu vou seguir poetizando…