3 de maio de 2006
Oitenta e cinco anos e ainda pensava como um garoto de treze. Seus sonhos de adulto deixava para o dia seguinte onde acumulava tarefas desnecessárias. Queria ter um lugar supérfluo para ir quando deitasse a cabeça em seu travesseiro, por enquanto se via conquistando terras e lugares incomuns. Em um tanto de tempo retornaria ao lugar de chegada. Por isto explorava o caminho por onde passava a cada instante, passos de conquistador e olhos de viajante, nada lhe escapava a não ser sua vida que um dia bradaria vencida. Não se preocupava. O tempo lhe respondia como melhor amigo. Juntos ainda atravessavam montes e campinas. Travavam lutas e conheciam vitórias. Sem pressa, passeavam nas tardes ensolaradas absorvendo o sentido de estar.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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